Ele tem um timing para a comédia, e, na versão teatral, na qual apenas ele estava no palco, funcionava bem melhor do que nas telas. No filme, foi preciso inventar uma narrativa e trazer à cena personagens para contracenar com Dona Hermínia que nem sempre dão certo.
Eles são seus filhos, Juliano (Rodrigo Pandolfo), Marcelina (Mariana Xavier) e Garib (Bruno Bebianno), fontes de preocupações constantes para a mãe. O rapaz é gay, e, para desespero dela, está começando um namoro. Já a garota não para de comer. Há também o ex-marido (Herson Capri) e a nova mulher dele (Ingrid Guimarães).
Depois de um mal-entendido com os filhos, Dona Hermínia sai de casa e se instala com a tia Zélia (Suely Franco), enquanto Juliano e Marcela começam a passar até fome, pois são totalmente dependentes da mãe. Ela, por sua vez, espera uma retratação deles e conta suas histórias para a parenta.
É uma estrutura simples, criada para acionar a veia cômica de Paulo Gustavo, que assina o roteiro com Fil Braz. Quando a cena é dele, o filme funciona bem, faz mesmo rir. Quando ele não está em cena e o longa passa a depender dos coadjuvantes, no entanto, perde a graça, porque os personagens são rasos demais - até para uma comédia popular que não demanda situações muito complexas.
Paulo Gustavo é um dos nomes de talento do humor nacional atualmente. Ele é capaz de ser engraçado, sem precisar apelar a baixarias e afins - vide seus quadros na TV paga que também estão na Internet. Sua criação, Dona Hermínia, também é engraçada. Exatamente por isso, eles mereciam um filme mais bem resolvido.
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