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VEJA OS PRATOS MAIS COBIÇADOS DO EXTERIOR

Pinguins na praia de Gipsy Cove Sanduíche para vegetarianos: pão com feijão Mero, peixe fresco da região, feito pelo chef Alex Omeda
Do outro lado da rua, ainda em frente ao Pub, encontramos Patrick, nascido e crescido nas ilhas. Havia estudado em Córdoba, na Argentina, tinha um bom espanhol e amigos daquela época. Ele não sabia, mas nós já estávamos informados sobre sua história: uma tragédia na família (o pai teria matado a mãe), uma dependência de álcool, uma vida de “muchas pesadillas” como ele mesmo descreveu. Entrevistá-lo me fez chorar, falar dele ainda me enche os olhos de lágrimas, como agora. E foi desse homem baixinho, ainda com cara de criança assustada, que ouvimos a mais profunda expressão de dor: “Não sei quantos, mas perdi muitos amigos, muitos morreram nos meus braços, também muitos desapareceram”. Questionado sobre os amigos argentinos, contra os quais havia lutado na guerra, ele diz: “Fomos jovens, todos temos mais ou menos a mesma idade, como cinquenta e poucos anos e eles são meus amigos… não importa se são britânicos, argentinos ou kelpers (como são chamados os que nascem nas ilhas), o que me importa são as pessoas… que vivamos em paz, nada mais”.
DAS CURIOSIDADES
A população é rechonchuda. A comida, nenhum pouco saudável, gostam de toucinho gordo, grosso e mal passado; frituras em geral; muita cerveja e quase nada de verdura ou fruta.
Todo mundo anda de carrão 4 x 4. Deve ser por causa das estradinhas cheias de pedra e das fazendas que fazem parte do cotidiano deles.
Há muitos navios pesqueiros, de bandeiras asiáticas, ancorados nas ilhas. No domingo que estávamos lá, sete vietnamitas aproveitaram a distração dos chefes e se jogaram na água, tentando fugir do trabalho escravo. Estavam fadados a morrer, atacados por pássaros ou de hipotermia (a água é congelada). Foram resgatados imediatamente por um helicóptero amarelo, pilotado pelo príncipe William. Eram 6 horas da manhã, eu até escutei o barulho do helicóptero, mas não imaginava essa história que nos foi contada pelo pároco da Catedral Anglicana, Richard Hines. O pior de tudo é que os sete fugitivos foram tratados e depois devolvidos para o navio tailandês.
O governo banca a faculdade de seus cidadãos. Quem passa nas provas pode ir para a Universidade de Winchester, na Inglaterra. A moradia está incluída na ajuda.
Há dois voos semanais para Londres. São aviões militares, que fazem o transporte de soldados, mas também permitem que civis, com passagem devidamente paga, viagem a bordo.
Os kelpers sempre dizem que não falam espanhol, mas que ninguém se engane, eles aprendem espanhol na escola e entendem tudo. Talvez por isso, reajam com alguns argentinos.
Algumas vezes, fomos confundidos com argentinos e, provavelmente por isso, fomos mal recebidos. Ocorreu em alguns poucos lugares, uma lanchonete, um pub e um café de beira de estrada. Nada grave. Descobrindo que éramos brasileiros, a conversa mudava imediatamente.
Conheci um casal de alemães que desembarcaram nas ilhas para uma temporada de um mês. Perguntei o que os atraía para permanecer tanto tempo e eles responderam, vamos para outras ilhas, longe da capital, onde queremos ver as espécies raras de aves, peixes, leões marinhos e pinguins. Fiquei curiosa.
Além dos lixos enferrujados da guerra, ainda existem campos minados. Africanos foram contratados para desarmar essas bombas.
Conhecemos muitos chilenos que vivem nas ilhas. O que nos cativou foi Alex Omeda, chef de cozinha e dono de um dos poucos hotéis da cidade. Como não havia vaga para nós, ele nos acomodou em uma casa próxima, que alugou. Ainda encontramos o dono do imóvel, um kelper de seis gerações, agora, professor em Oxford, na Inglaterra.
Mas quem mais gostou do arquipélago foi o meu lado feminino. Explico: andei por campos, colinas cheias de pedras, lugares onde havia ferros velhos, restos da guerra, mas não tive medo de encontrar cobras ou insetos!!! Nunca imaginei que pudesse existir um lugar sem baratas, nem moscas… Lá é assim, o vento frio espanta esses males!!!

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