- Médicos italianos lutaram durante 40 minutos para salvar a vida de
James Gandolfini, o robusto ator conhecido pelo papel de mafioso no
seriado de TV "Família Soprano", antes de pronunciá-lo morto na
quarta-feira aos 51 anos de idade.
Gandolfini, cuja
interpretação como Tony Soprano fez dele um nome popular e inaugurou
uma nova era de drama na televisão americana, estava de férias em Roma e
deveria comparecer ao encerramento do Festival de Cinema Taormina, na
Sicília, no sábado.
Em Roma, ele foi levado de seu
hotel até o hospital Umberto I na noite de quarta-feira, segundo um
porta-voz do hospital.
"As manobras de
ressuscitação, incluindo massagem cardíaca etc., continuaram por 40
minutos, e então, vendo que não havia atividade elétrica do coração,
elas foram interrompidas e nós declaramos James morto", disse o chefe do
pronto-socorro, Claudio Modini, à Reuters.
"O
paciente chegou morto ao hospital e por essa razão foi pedida uma
autópsia que será feita por um patologista, um procedimento normal em
nosso país".
A autópsia foi marcada para a manhã de sexta-feira.
Michael Kobold, amigo da família, disse a repórteres que o
ator foi encontrado por um parente em seu hotel no centro de Roma
depois de ter sofrido um aparente ataque cardíaco.
Desde que "Família Soprano" terminou sua sexta temporada em junho de
2007, Gandolfini apareceu em vários papéis no cinema, inclusive em "A
Hora Mais Escura", um filme sobre a caça a Bin Laden, e o drama "O Homem
da Máfia".
No momento de sua morte, ele trabalhava
em uma série da HBO, "Criminal Justice", e tinha dois filmes para
estrear no ano que vem.
A atriz Edie Falco, que
fazia a esposa de Gandolfini, Carmela, em "Família Soprano", disse ter
ficado devastada com sua morte.
"Ele era um homem
com uma intensidade e sensibilidade tremendas, com uma bondade e
generosidade além das palavras. Considero ter tido muita sorte por ter
sido sua colega durante 10 anos", disse em comunicado.
Gandolfini começou sua carreira como ator de teatro em Nova York e
ganhou uma indicação para o Tony por seu papel na peça "Deus da
Carnificina", que passou na Broadway em 2009.
GÂNGSTER ADORÁVEL
No seriado da HBO, Gandolfini criou um gângster diferente
de qualquer outro visto na televisão ou no cinema norte-americano.
Ele era capaz de matar inimigos com as próprias mãos, mas
tendia a sofrer de ataques de pânico. Amava a esposa e era um pai
devotado, mas tinha uma série de casos. Fazia terapia para lidar com
seus problemas de ansiedade e questões com a mãe.
No início da última temporada da série, Gandolfini sugeriu que estava
pronto para partir para papéis mais gentis quando seus dias de mafioso
tivessem acabado.
"Estou cansado demais para ser um
cara durão ou fazer essas coisas", ele disse. "Nós usamos praticamente
tudo o que havia neste programa".
O programa, que
deu a Gandolfini três prêmios Emmy de melhor ator em uma série
dramática, foi considerado por muitos críticos o melhor drama
transmitido na televisão norte-americana.
O criador
de "Família Soprano", David Chase, disse que se lembraria dele como "um
gênio" e "um dos maiores atores deste ou de qualquer tempo".
"Uma boa dose daquele gênio residia naqueles olhos tristes.
Lembro-me de dizer a ele várias vezes, 'você não percebe. Você é como
Mozart'. E haveria silêncio do outro lado da linha de telefone", disse
Chase em comunicado.
Gandolfini teve um filho,
Michael, com sua primeira mulher, Marcy Wudarski, de quem se divorciou
em 2002. Em 2008, ele se casou com a modelo Deborah Lin, que lhe deu uma
filha, Liliana, em 2012.
Nenhum comentário:
Postar um comentário