O Iraque alertou nesta quinta-feira a vizinha Síria de que sua
guerra civil está rasgando o Oriente Médio ao meio e o presidente do
Líbano pediu ao movimento local Hezbollah que retire seus combatentes do
conflito.
Após dois anos de uma guerra que já matou mais de 93
mil pessoas, o tumulto sírio está arrastando seus vizinhos para um
confronto mortal entre o Irã xiita, que apoia o presidente sírio, Bashar
al-Assad, e países árabes sunitas do golfo Pérsico, que apoiam os
rebeldes sírios.
Os insurgentes já sofreram vários reveses no
campo de batalha e estão sitiados nos arredores de Damasco, enfrentando
um avanço lento, mas estável, das forças de Assad, que voltaram a
dominar a situação.
Num sinal da devastação causada pela guerra, a
Unesco (agência cultural da ONU) colocou nesta quinta-feira seis
patrimônios universais sírios na sua lista de monumentos em perigo,
solicitando esforços internacionais por sua proteção.
O Iraque e o
Líbano já sofrem com a violência em seu território, à medida que o
conflito sírio ganha contornos cada vez mais sectários.
"O Iraque
está na posição mais difícil nessa turbulência regional, e o conflito na
Síria se tornou um conflito regional por todos os parâmetros", disse o
chanceler Hoshyar Zebari em entrevista à Reuters em Bagdá.
"Estamos
fazendo o melhor possível para manter uma posição neutra, mas as
pressões são enormes, e por quanto tempo podemos resistir é realmente
uma questão dos novos desenrolares na Síria."
Enquanto a Rússia e o
Irã armam as forças governamentais sírias, e os combatentes do
Hezbollah lutam ao lado de Assad, potências ocidentais decidiram na
semana passada intensificar a ajuda aos rebeldes, majoritariamente
sunitas.
Chanceleres do grupo de países "Amigos da Síria", que
apoiam a oposição, se reúnem no sábado no Catar para discutir formas de
auxiliar o Exército Sírio Livre, um grupo da oposição, a defender suas
posições na cidade de Aleppo (norte).
Esses países incluem EUA, Grã-Bretanha, França, Arábia Saudita, Turquia, Egito e Catar.
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