O diretor artístico do balé russo Bolshoi, Sergei Filin, queimado em um
ataque com ácido supostamente planejado por um bailarino, está quase
cego apesar de 18 cirurgias para salvar sua visão, afirmou uma porta-voz
da companhia nesta quinta-feira.
O ataque, que
trouxe à tona venenosas disputas por papéis, poder e dinheiro na
companhia, lançou uma sombra sobre um dos principais símbolos culturais
da Rússia, da qual ainda luta para escapar.
Em
entrevista coletiva dedicada ao programa da temporada 2013-2014 do
teatro, a ausência de Filin era percebida, enquanto ele se preparava
para a 19ª cirurgia em uma clínica na Alemanha para recuperar a visão,
segundo a porta-voz Katerina Novikova.
"Eu falei
com o Sergei três dias atrás e ele disse que a situação é tal que ele
não pode ver nada com um olho e pode ver 10 por cento com o outro",
disse Novikova.
Ela não quis comentar sobre as
chances de o diretor recuperar sua visão. Filin, de 42 anos, prometeu
retornar ao Bolshoi.
O bailarino Pavel
Dmitrichenko, que construiu sua carreira interpretando papéis de vilão
em "Lago dos Cisnes" e "Ivan, O Terrível", confessou em um vídeo da
polícia ter organizado o ataque que deixou Filin agonizando de dor na
neve do lado de fora de seu apartamento em Moscou, mas afirmou que não
tinha a intenção de que fosse usado ácido.
No
tribunal, Dmitrichenko disse que Filin guardava os melhores papéis e
aumentos de salário para os seus favoritos, excluindo os que se opunham
às tentativas do diretor de modernizar o tradicional balé russo.
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